Enterro da poetisa
que se desfez um pouco por dia.
Fez-se valer o final de se ter uma Vida estarrecida,
morrendo de Amor um pouco por via,
enterrando nesta cova de
fortalecimento
os odores eternos de uma Vida Iludida.
A cova é grande!
Pronta de se entronchar
no solo letrado à morte
a sina de uma desalma falecida.
A cova é grande!
Pronta de se entranhar
no Scott bem forte
a face da Eugene reproduzida.
Sepulta-se a poetisa do Amor,
renasce a Poeta ressuscitada na dor!
O lugar-comum da paixão cede espaço
aos clamores reais da humana canção.
A donzela da Flor murchada
é silenciada no bradar!
Ouve-se, então, o Poeta
emancipado!
sem terra... sem cor... sem sexo...
No entanto....o cantar é mais amargo...
a pouca tinta das crianças severinas condenadas,
as bofetadas em Penhas satirizadas,
as chibatas modernas em Josés e Marias enroscadas,
as permutas injustas aos indígenas imputadas
as correntes invisíveis do racismo estruturadas.
Baixou-se o pendão dos ares!
Colombo fechou suas águas,
Mas pelas frestas ainda inundam
As lonas da terra chã desapropriada.
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