sábado, 20 de março de 2010

CARTA DE AMOR

“Meu Amor,


Nasceste e, em seguida,

eu nasci por te amar.

Distante ainda, embora cientes,

seguimos em direção ao nosso encontrar.

 

O tempo passava

e, na inocente fidelidade,

um ao outro, preces ao vento,

sonhos de Amor cada criança entoava.

 

Pelas vestes disfarçados

felizmente a Vida

nos colocou lado a lado.

 

O cheiro da relva exalava...

As Flores o Amor perfumava...

e, finalmente, em um belo Luar,

teu olhar me encontrava.

 

Após o reconhecimento,

nossos corações explodindo em sentimento

uniram-se como testemunhas de encantamento.

 

Dificuldades chegaram

e por muito pouco

não entregaste o Amor que te tenho

aos porcos que queriam torná-lo rouco.

 

A voz de teu coração

mais alto fez-se ouvir

e voltaste-me teus ouvidos

fazendo-me novamente sorrir.

 

Nada mais nos separaria

além da fatal visitante do último dia.

 

Nosso Amor foi ao leito consagrado

e nos céus eternamente ligado.

 

Em Felicidade incontida

o fruto de nosso maestria,

em dores de alegria,

segurando tuas mãos eu concebia.

 

Nada mais pode

inteiramente completo ser

que acordar com teu corpo desperto

podendo sentir-me em teus braços

aconchegando nosso menino já um belo ragazzo.

 

E, um dia, nesta data,

entregamos à doce conquista nosso legado...

clamando para que, como os pais,

possa sentir-se completamente realizado.

 

Voltamos um ao outro nossos pensamentos,

compartilhando a cumplicidade em  nossos momentos

até que cessem nossos últimos tempos.

 

Escrevi esta carta, já de mãos enrugadas,

para , meu amado, te falar

que, se for eu antes de ti,

quero que saibas que minha Vida

se realiza em ser amada por ti.

E, se pudesse eu mil vidas escolher,

escolheria todas as mil vezes

em que pude em teus braços adormecer.

Beijo-te e abraço-te mais uma vez

E,  como em todas as noites,

farei a prece que fiz desde o meu nascer...

Que nunca permita nosso Pai

que eu respire

se não for para em meus braços

tua vida eu acolher.

 

TE AMO...

 

PARA SEMPRE.”

 

 

De tão unidos

Possa algum sábio imaginar

que nem um minuto de vida

sem o outro

um possa passar.

E, na Imortalidade em ardor,

naquela mesma noite,

tornaram-se no céu,

duas Almas enlaçadas

inscritas no livro

do Eterno Amor.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário