sábado, 27 de fevereiro de 2010

VIDA SEM AMOR

A areia que corrói os passos

da infeliz que sonhara

alcançar belos dias em que descalça

cruzara lagos e relvas

encharcada de alegrias e melodias afinadas.

 

Sujos sentem nesta hora

o enrijecer da pele encrespada

pelo sangue que mistura-se aos

quentes grãos que retardam qualquer chegada.

 

Águas olhadas nem servem como frescor,

pois que o sal nelas contido

só fazem aumentar qualquer indício de dor.

 

Nem pode sentar-se ao caminho,

pois que o calor avisaria

aos corvos que logo jazerás

uma carniça para seu ninho.

 

Segue, então,

em pleno ritual,

à espera de que a Lua

a transporte finalmente dali

levando-a à sua cova imortal.

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