sábado, 30 de janeiro de 2010

AMAR...AMAR...E AMAR.

Pai,

ouvistes minha prece?

por que então não o tirais de mim?

Tanto a fazer!

Tanto a estudar!

O amado mesmo já ousou

a  avisar-me  de que irá

de mim se afastar!

 

Que resta-me agora a querer?

Resta-me confiar-Vos

a fazer-me arrefecer!

 

Passo os dias

a lembrar de esquecer...

Minha pena?!

 Aposentei-a já

na Esperança de sem ela

poder a imagem dele

de mim se ausentar.

 

Ah, que dilema!

Tanto amor ter de matar!

Mas, se não o fizer,

ele a mim

com certeza,

quando deixar-me, o fará.

 

Pai,

para que insistais

em permitir eu  assim amá-lo?

Se eu já sei a solidão

que me resta sem jamais encontrá-lo.

 

A Vós tento elevar ainda  uma vez

 um esquecer em prece;

mas, quando tua voz de Amor Infinito eu embalo,

compreendo meu Destino de dor

e obediente me calo.

EU

Quão tola pode a Amada ser

quando acredita

em trovas cantadas

por espertos sedutores

que gostam de

sentirem-se cantigas adoradas.

 

A Donzela, em uma Alma crer,

entrega-se levada

pela ilusão de ornamentadas

palavras ditas por condutores

que brincam de

acreditar em histórias inventadas.

 

Por sorte, a moça a ler

tolices que engana,

por  um momento iluminadas,

reconhece Poetas produtores

que necessitam de

ingênuas leitoras abestalhadas.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

TE AMO SEMPRE MAIS E MAIS

Ah, meu Amor!

Que solidão me abate agora!

Por que tenho de querer tanto

estar ao lado teu

em todas as horas?

 

Deve ser esta loucura

de tanto amar-te

que sem dúvida

me transtorna!

 

Infelicidade esta minha

em ter de guardar assim comigo

tanto carinho e carícias

quando tudo que precisas

é  aceitares minhas delícias!

 

Deliro na vida que terias,

pois que jamais de amar-te cansaria

e a ti sorrindo ofertaria

a Felicidade de todos os meus dias.

 

Correria, quando cansado,

a embalar-te em sonhos

despertando-o com o mais doce afago.

 

Enfeitaria tuas estradas

enchendo-as de perfumes,

sabores deliciosos

e bebidas encantadas.

 

Sairíamos sem hora

nenhuma ser marcada...

apenas desfrutando a alegria

de a Lua ser nossa eterna enamorada.

 

E ao Mar chegar

em teu olhar me perderia

para em teus braços me encontrar

sabendo que tu`Alma,

ali mesmo, nesta hora irá me amar.

 

Sob as estrelas...

Abraçadinhos...

inebriados sonharíamos.

 

Já em Luar adormecido,

em Felicidade sem fim,

voltaríamos à nossa santa morada

finalizando assim

a mais feliz de todas as jornadas.

domingo, 24 de janeiro de 2010

DUNAS

Nas tardes cinzas que passo

a  amar-te,

o torpor nublado me abate

e minhas almas mapeadas,

em pensamento ao horizonte,

buscam Estrelas apagadas...

 

-Que mais posso agora eu desta singela vida exigir

já que o céu em mim pude outra vez sentir?

Mas que a Felicidade sempre se quer mais

quando se ama alguém único que nos satisfaz.

 

-Que mais posso agora eu desta real vida querer,

 se as palavras que sempre esperei

ouvir em um dizer,

já as li mesmo que não sejam diretamente pronunciadas por ti?

 

- Que mais posso agora eu desta solitária vida sonhar,

se meu destino se faz  do sonho

que carrego comigo desde aquele maldito primeiro dia

em que pude vislumbrar teu amar?

 

- Que mais posso agora eu desta triste vida esperar,

se minh`Alma não vê

nem uma réstia de Luz

que possa amenizar meu olhar?

 

-Que mais posso agora eu desta amarga vida delirar,

se os caminhos que se mostram

trazem neles imensas dunas de areia

que esmorecem qualquer coração que queira

alguma delas enfrentar?

 

Olhos findos no caminho,

sozinho,

em metade,

melhor soluçar

que a cova me  abrace.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

BRANCO EM NEGRO

Metade de mim é canção,

a outra metade é razão.

 

Metade de mim é solidões,

a outra metade é muitas paixões.

 

Metade de mim só chora,

a outra metade sempre vai embora.

 

Metade de mim quer muito abraçar,

a outra metade foge sem cessar.

 

Metade de mim ama o que faz,

a outra metade o prazer se desfaz.

 

Metade de mim é multidão,

a outra metade é inquietação.

 

Metade de mim é boemia,

a outra metade é família.

 

Metade de mim é juventude,

a outra metade é solicitude.

 

Metade de mim é luta,

a outra metade é labuta.

 

Metade de mim busca sonhar,

a outra metade quer do sonho acordar.

 

Metade de mim quer comigo ficar,

a outra metade quer de mim se afastar.

 

Metade de mim atira-se em si de olhos fechados,

a outra metade segura-se no segredo de versos calados.

 

Metade de mim ama-te infinitamente até o fim,

a outra metade espera ainda de ti um dia ouvir SIM.

 

Seja qual for a metade,

uma parte ou a outra parte

sem ti minh’Alma se reparte

pois que eu inteira te amo para sempre e de verdade!