segunda-feira, 24 de agosto de 2009

VOZ DO SILÊNCIO

Volta pra mim, meu Amor!

Carrega-me em teus braços

mais uma vez por aquela estrada!

Cavalga novamente comigo em Lua cheia

até alcançarmos nossa santa morada!

Queria tanto estar naquele lugar!

Nosso Lugar!

Lá onde tão amada fui por ti!

Lá onde nada te afastava de mim!

 

Carrega-me em teus braços

mais uma vez naqueles verdes campos...

Quero em nossa casa ficar

que é só lá que minh’Alma sempre quis estar,

porque é somente lá que sei que tu é que vais chegar.

 

Teu corpo ainda de nada sabe,

no entanto tua Alma permite

que no silêncio das palavras

nosso Amor se propague!

 

Neste silenciar sagrado,

escuto gritar teu coração

e todas as noites me encontro,

sem dúvida nenhuma, com nossa eterna paixão!

 

Mas o teu corpo! Totalmente cego ele está!

Meu destino nesta vida foi nascer

para sempre sonhar ao teu lado ficar!

 

O teu corpo vendado?

Em outras moradas, eu já o vi!

Já o tive em meus braços,

mas teus lábios não pude nessa hora beijar!

Já mirei tua face,

mas não a vejo mais a mim se encaminhar teu olhar!

 

E, neste pôr do sol das horas,

esta canção despertou-me lágrimas de aflição.

Aflição de tanto te amar,

ouvindo e sabendo

que nada sou para ti além de um inspirado cantar!

 

Mesmo assim,

olhando as Estrelas sou imensamente Feliz!

Feliz simplesmente por Tua presença existir,

que minha Vida...

Minh’Alma...

e até mesmo minhas lágrimas...

sentido só têm

se ouvir meu nome ser

pronunciado por Ti!

domingo, 23 de agosto de 2009

FIM DE TARDE

Como é bom, Amor,

aguardar tua chegada!

Já ouço teus passos

e sorrindo já sei

que tua imagem querida, à entrada,

eu vislumbrarei!

 

Acolho em minhas mãos tua face

e sei que cansaço irei

encontrar ao mirar-te.

Faço carinho,

recolho e o aninho

no aconchego de meu colo com beijinhos.

 

As duras Pedras,

que neste dia difícil recolheste,

transformamo-las, juntos,

uma a uma,

em trampolim para nossos Sonhos e Deveres.

 

Nesta hora, AGORA,

abraço tua Alma

para as dores desta Vida esquecer-te.

 

E, então, já bem longe este fim de tarde,

sereno em meus braços descansas...

adormeces...

e eu...

encantada de Amor a contemplar-te...

em Felicidade plena agradeço!

sábado, 22 de agosto de 2009

MINHA VIDA


Nas manhãs quando acordo, Amor,

sorrio feliz porque sei que cada dia

é um dia a menos sem ti!

 

Nosso Encontro marcado já está...

é Agora! Já posso ver-te!

Já estás aqui!

Estás aqui comigo neste versar!

 

Nos afazeres das horas,

olho teus olhos todo o tempo;

contigo conto todas as demoras e eventos.

 

Sempre que posso e permites,

deixo exalar um pouco

desse meu imenso sentimento.

 

No silêncio das Almas,

só o coração é quem fala,

repete em delírio teu nome,

grita o Desejo

que somente por teus beijos se consome.

 

O Luar se mostra enfim,

e, sob  Nossas Estrelas,

aconchegada em teu abraço

 é a hora que adormeço.

 

Em madrugada aquecida,

sons noturnos me despertam,

abraço-me ainda mais contigo,

beijo-te e novamente

ao sono me entrego.

 

Mesmo adormecido sei que me sentes!

Quanto mais impossível

sei que a Força de Nosso Amor

torna-o ainda mais presente!

 

E, ao abrir os olhos em nova manhã...

Amo-te!

E sorrio novamente!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

SOMENTE POR AMOR

Sabe agora, eterno Amor,

estou aqui para esperar-te.

Tua já sou, inteiramente...

TUA...

Alma...Coração...CORPO...

ARTE!

 

Já voltei,

retornei...

 

Sem olhar para trás,

ao abismo,

feliz, eu me joguei!

 

Mesmo que teu corpo não me ame

somente tua Alma,

não importa,

Te Amo por nós dois

em Corpo e Alma!

 

Um Amor imensurável assim,

somente Deus é que o colocaria dentro de mim.

 

Do começo, do meio e até mais que o fim,

você esteve e estará sempre dentro de mim.

Nunca pude separar-te,

nunca consegui deixar de vislumbrar-te

 

e, agora, nesta hora,

sei e quero

viver somente para esperar-te!

 

Até quando?

Sem dúvida alguma...

ATÉ MAIS QUE A ETERNIDADE!

 

MAKTUB...estava escrito!

VERDADEIRA VIDA

 

Em meus braços, teus lábios sussurram

o nascimento do Sol escarlate.

Difícil nesse despertar é soltar-te

para que siga a dureza das horas diárias.

 

Contigo me levas em carinho, versinhos e saudades...

com nosso pequeno...

os momentos preenchem-se

na Alegria e Ardor de esperar-te.

 

Mas sei que teus olhos retornam,

sei que amas o Lar que adorno,

e, assim, tristeza e saudade se conformam.

 

Tua volta o brilho da plenitude nos traz.

Tua voz suave faz-se música embalada de Paz.

Teu beijo é a certeza de que somente

o Amor Verdadeiro a Vida refaz!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

MÚSICA

Os dedos traçam...

claras

Negras....negros....pardos?

Nada sabem

e tudo entendem da minha história.


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

CAIXA


Alma presa... encarcerada

dama... ama

desesperadamente... clama

as chaves da solidão.

 

À espreita...às portas

vozes... respondem

esquecem... se esquecem... se esquecem... se esquecem

de um grito coração

 

Escuta... escute

ninguém... nada... uma canção:

 

Sem palavras...

... palavras...

... acalmam...

... exalam...

... cores...

... dores...

... Amores..

- NÃO SE VÃO!


 Imagem: google.com

 

terça-feira, 4 de agosto de 2009

NO DESERTO

Em deserto um Mar de Desejos

leva-me de encontro

à encosta em Rocha da solidão.

 

Ao tocar de outra pele... desfaleço.

Fecho os olhos e busco-te... em desespero...

E as gotas de sangue as limpa com seu perdão.

 

Nesse suplício sensual te reconheço

e às águas revoltas devolves a imensidão!

 

Mesmo meu corpo deserto

sentir-se espinho de ato carnal,

minh'Alma em sonhar-te

orvalha a seiva Rósea de Desejo Imortal !

ÚNICO! PARA SEMPRE!

Ausência sofrida.

Lágrima exaurida!

 

Viagem...

Noite...

Amigos...

 

odores... sabores... músicas...

 

Subitamente,

Tez Lembrada, Sonhada, Idolatrada!

 

Fugir? Sensato!

Agir? Improvável!

Olhar? Fato!

 

Alma trêmula e fria,

face rubra aquecida,

Surpresa agora refletida!

 

músicas silenciadas

vozes caladas

Melodia cantada!

 

Olhos cansados

Perdão aclamado

Amor Imortalizado!

 

MADRUGADA

Através da vidraça,

pela chuva embaçada,

o cheiro do Mar a contemplar

 

até que teu Amor desfaça

a agonia que a descrença enlaça

pela Esperança que mesmo à Ausência agraça.

 

Em súplica calada

pelas ondas embalada,

tua imagem é buscada!

 

Mesmo Terras e Sóis a separar,

em Cristais de Areia se mesclar...

sob Gotas e Estrelas se entrelaçar...

duas Almas Iguais estão a se encontrar!

 

INSPIRAÇÃO

A pena não ajuda...

A composição trepida...

Cadê a dor que me obriga

a fraudar tão descaradamente

a Arte Pura?

 

SEU SORRISO

Ria sempre...

Ria só por um momento...

RIA! Nem que seja em seu pensamento!

 

sísmico sentimento escorre num sem-fim seminal

espalhando em sendas sinuosas

singelas sinfonias sentidas

em  seivas selênicas soalhadas em insensatez

 

Som divino

que é o  abrir de seus lábios

a jardins esguichar!

ILUSÃO

Um dia teu olhar uniu-se a esta dor!

Em tantas lágrimas... um sorriso aflorou.

Música terna tua voz doce a embalou.

Nada dizias, mas tudo sabias deste sofredor.

 

Músicas paternas,

versos escolhidos,

casto Amor distinguido!

 

Nada pedia,

nem podia,

só esperava as Flores de seu Senhor.

 

Alma triste,

moribunda,

em um Poeta acreditou!

 

Quando a lágrima escorria,

tua voz doce aparecia,

até que um dia ela se calou.

 

 

Anda a buscar,

nas vozes a cantar,

as palavras de seu clamor.

 

- Cara criança, ainda não sabes que o Poeta não conhece o Leitor?

CONTO DE POETA

Era uma vez um Poeta que não sabia calar.

Sua mãe muito brava,

sofrida pelas dores da vida,

estava sempre a exclamar:

 

- Poeta, cala-te! Essa tua voz que quer cada vez mais delirar!

 

O Poeta sozinho

sonhava encontrar no quartinho

um Leitor a lhe esperar.

 

Nessa angústia de morte,

o Poeta com sorte

aos Ratos pôs-se a declamar!