quarta-feira, 1 de julho de 2009

EU SOU

 


Eu sou sou alguém e não sou nada

Sou talvez o reflexo da Bela Crucificada

Sou um prato sem feijão

Sou aquela que vive em sagrada solidão.

 

Sou aquela que nem marcas no tempo deixei

Sou a esquecida dos olhos que amei

Sou mesmo a visão que ninguém sonhou

Sou a que veio ao mundo encontrar alguém que nunca sequer me procurou.

 

Sou aquela que a música embalou

Sou a nota que em fé no Amor acreditou

Sou a batalha que a luta se fez vencida

Sou a mulher pelo  inimigo destruída.

 

Sou a rosa pelos espinhos isolada

Sou a mente romântica irrealizada

Sou a forma mais cruel do cândido prazer

Sou a que nunca mais amará em nenhum amanhecer

 

Sou a aberração de uma paixão

Sou a que ouvia as mentiras do próprio coração

Sou aquela que pena tem os serviçais

Sou o perfume preso nos próprios roseirais.


Imagem: google.com